Quem faz parte do universo supermercadista sabe bem que se trata de um setor ultracompetitivo. Na velha e boa conta de padeiro, para enfrentar o vilão dos vilões, uma operação precisaria de trunfos básicos — preços baixos, qualidade dos produtos e bom atendimento. Simples assim. Só que não.
O cenário é um tanto mais complexo. O supermercado enfrenta outros problemas, como os aumentos do fornecedor, que não consegue repassar ao consumidor, sem falar na perda do poder aquisitivo.
“A falta de planejamento adequado gera dificuldades de negociação e baixa lucratividade”, adianta o professor de Finanças do Insper, Ricardo Rocha.
No dia a dia, há vilões que minam a saúde financeira. Detectá-los é o primeiro passo para minimizar os problemas. Confira a seguir:
Falta de planejamento: como pensar estratégias de curto, médio e longo prazo se não há controle do fluxo de caixa – o que entra, o que sai, onde estão os gargalos, os pontos nevrálgicos?
Má negociação: negociar é uma arte. Prazos, condições de pagamento, entrega, enfim, há tipos de negociação e não dedicar a atenção necessária ao mais interessante para o próprio negócio é dar um tiro no pé. Da boa negociação dependerá a organização do estoque, não apenas na qualidade e no preço, mas do ponto de vista estratégico para pensar em promoções, sazonalidade e, principalmente, atender com competência loja física e online.
Má gestão do estoque: seja no excesso ou na falta de produtos, isso vai impactar terrivelmente o negócio. Excesso é sinônimo de desperdício; falta resulta em ruptura de gôndola e, lá na frente, perda de clientes.
Colaboradores mal treinados: o bom funcionamento do supermercado depende diretamente de uma equipe integrada e com objetivos bem afinados. Departamentos desconectados, informações soltas, despreparo no atendimento ao público, desentendimentos internos. São muitos os problemas e a urgência em solucionar é grande.
Transformação digital é um antídoto
“A falta de estrutura de capital adequado é o ponto fundamental que leva à dificuldade de negociação com fornecedores importantes. Uma solução pode ser a transição para a geração mais nova, que olhe o supermercado pequeno como uma startup e, então, busque recursos de sócios para transformar o negócio numa S.A. fechada”, analisa o professor do Insper.
Fazer a digitalização dos processos por meio da tecnologia é o primeiro passo para garantir um lugar no futuro. Ferramentas e softwares para fluxo de caixa, gestão de estoque são só o começo. Nesse sentido, o professor destaca a necessidade de capacitar os profissionais e contar com consultoria para modernizar os processos.
Um bom exemplo é o Carrefour Express. No fundo, são os supermercados pequenos ocupando espaços onde há muita mobilidade, com horário estendido, e que concorrem com o mercadinho de bairro.
Uma questão de virar a chave, de mindset. “Esse é o caminho para recuperar a saúde financeira e crescer mais. Veja o modelo da Shopper...”, finaliza.
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